O Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) expediram novas recomendações sobre o uso de máscaras pela população. Inicialmente, a recomendação era para que apenas pessoas com sintomas de COVID-19 utilizassem máscaras, no entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem o registro de 19 pesquisas sobre transmissões de pessoas assintomáticas e pré-sintomáticas que revelam que as transmissões do coronavírus por pessoas sem sintomas podem responder por até 60% do total.
Tendo esses dados como base, MS e SBI passaram a recomendar, na semana passada, o uso de máscaras de pano sempre que se for sair de casa. De acordo com a nota de esclarecimento publicada pela SBI, a máscara de pano serve como uma barreira física que pode “diminuir a disseminação do vírus por pessoas assintomáticas ou pré-sintomáticas que podem estar transmitindo o vírus sem saberem”. Contudo, a Sociedade ressalta que esse tipo de máscara não serve como proteção individual “já que não possui capacidade de filtragem”.
Como medidas de prevenção de infecção a Sociedade Brasileira de Infectologia destaca que se mantém a importância da manutenção do distanciamento social, e outras medidas de higiene, como evitar tocar os olhos, nariz e boca, além de higienizar as mãos com água e sabonete ou álcool gel 70%. A SBI também destaca que esse tipo de proteção deve ser utilizado apenas pela população em geral assintomática, “devem usar máscara cirúrgica os pacientes com sintomas respiratórios (tosse, espirros, dificuldade para respirar), os profissionais de saúde e os profissionais de apoio que prestarem assistência ao paciente suspeito ou confirmado de COVID-19”.
O Ministério da Saúde publicou orientações, na sexta-feira (03), sobre a produção de máscaras de pano caseiras. Primeiramente, é preciso lembrar que as máscaras são equipamentos individuais, portanto, não devem ser compartilhadas em nenhuma hipótese. Para ser eficiente como uma barreira física, é preciso que a máscara tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja dupla face. O Ministério informa também que as máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. “O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais”. As máscaras de pano devem ser trocadas a cada duas horas e podem ser reutilizadas após lavagem com imersão em água sanitária por, pelo menos, 10 minutos.
Veja as recomendações do Ministério da Saúde sobre a confecção e uso das máscaras de pano:
- Em primeiro lugar, é preciso dizer que a máscara é individual. Não pode ser dividida com ninguém, nem com mãe, filho, irmão, marido, esposa etc. Então se a sua família é grande, saiba que cada um tem que ter a sua máscara, ou máscaras;
- A máscara deve ser usada por cerca de duas horas. Depois desse tempo, é preciso trocar. Então, o ideal é que cada pessoa tenha pelo menos duas máscaras de pano;
- Mas atenção: a máscara serve de barreira física ao vírus. Por isso, é preciso que ela tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja, dupla face;
- Também é importante ter elásticos ou tiras para amarrar acima das orelhas e abaixo da nuca. Desse jeito, o pano estará sempre protegendo a boca e o nariz e não restarão espaços no rosto;
- Use a máscara sempre que precisar sair de casa. Saia sempre com pelo menos uma reserva e leve uma sacola para guardar a máscara suja, quando precisar trocar;
- Chegando em casa, lave as máscaras usadas com água sanitária. Deixe de molho por cerca de dez minutos;
- Para cumprir essa missão de proteção contra o coronavírus, serve qualquer pedaço de tecido, vale desmanchar aquela camisa velha, calça antiga, cueca, cortina, o que for.