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Crônica: Carta de agradecimento ao deputado Guedes

Crônica: Carta de agradecimento ao deputado Guedes
Por Silvia Generali da Costa, psicóloga e assessora em saúde do SIMPE-RS

E aí? Tudo bem cara? Tô escrevendo para agradecer do fundo do meu coração por ter taxado os livros. Nem eu teria uma ideia dessas. Pior, meu veio, é que já tá dando certo. Minha mãe falou que desse jeito ninguém vai mais comprar livro nenhum e que até game tá mais barato.

Tu é um cara de atitude. Tava na hora mesmo. Sabia que esse ano a profe queria que a gente lesse um livro inteiro? Inteirinho! E depois fazer uma resenha. Até aí eu gostei, porque eu adoro resenha. Muita cachaçada, muito beijo na boca, adorei. Só que daí aquela velha - que deve ter mais de 30 anos - me disse que “resenha é outra coisa Júlio, tem que ler para poder fazer”. A bruxa ainda quer nos proibir de copiar e colar e de pesquisar na Wikipédia. Bom, aí como que ela quer que a gente faça um trabalho?

Eu na verdade não tenho nada contra leitura. Eu até leio uns comentários que postam no Face, leio um monte de coisa no Insta, leio letra de música, convite pra festa, fofoca nos meus grupos de Whats, só não leio bula de remédio. Mas livro de ponta a ponta aí não dá.

Uma vez o profe de História queria nos obrigar a ler um baita dum livro. Sabe o que eu fiz? Li a capa da frente e a de trás e o que tava na parte dobrada do livro. Depois busquei na internet “resumo do livro X” e deu. Prá que mais? Até porque lê coisa que já aconteceu há séculos não sei para que vai me servir. Que diferença faz se cortaram a cabeça do George Washington na guilhotina? Se lá na Itália era costume fazerem isso? Passou, gente. Tô noutra.

Por tudo isso, cara, por me livrar dessa chatisse, só posso agradecer. E quem diz que é preciso ler para escrever bem, não é verdade. Eu, por ezemplo, mando muito bem na escrita.

Aí, a minha mãe já tá se metendo na minha história e dizendo que o Paulão aqui, meu novo amigo do peito, não é deputado. Saco.... que diferença faz? Deputado, vereador, ministro, é tudo mais ou menos a mesma coisa, não é?
Bom, já que tô escrevendo, vô aproveitar para pedir uma coisinha. Ô Paulão, meu amigaço, quebra meu galho aí e aproveita para taxar as provas? Isso! Cada prova que o colégio aplica, paga 1000 real de multa. Duvido que vá ter tanta prova!

Valeu mermão. Fico te devendo uma. Manda um abraço pro Borsonaro, táokey?

Do teu faixa, Julião