Diretores do SIMPE participam de abertura da exposição Natureza Feminina. Na foto: Sônia Mara Moreira Ogiba e Luciana Boose Pinheiro, curadoras da exposição; Sílvia Generalli, assessoria em saúde do SIMPE e pintora, Sandra Zembrzuski e Jodar Pedroso Prates, diretores do SIMPE; e Lúcio Olímpio de Carvalho Vieira, presidente da ADufrgs-Sindical.
A diretoria do SIMPE participou, na última quinta-feira (12), da abertura da exposição “Natureza Feminina” de Silvia Generali da Costa, psicóloga coordenadora da pesquisa “Fatores Psicossociais no Trabalho e Saúde em Trabalhadores do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul”, realizada em 2018, e contratada para assessorar a estruturação da Ouvidoria em Saúde Física e Mental no Trabalho, que está sendo implementada pelo sindicato.
A psicóloga, Mestre em Administração, com ênfase em Gestão de Pessoas, liderou estudos sobre Comportamento Organizacional, envolvendo aspectos como liderança, diversidade, mudança, assédio sexual e assédio moral. Foi autora do primeiro livro sobre Assédio Sexual no Brasil, ocorrência cujas principais vítimas são as mulheres. Foi pioneira nas pesquisas sobre diversidade nas organizações na academia gaúcha, enfocando os aspectos de gênero, raça e etnia e diversidade sexual.
A exposição, com curadoria de Luciana Boose Pinheiro e Sônia Mara Moreira Ogiba, faz parte da programação da Semana da Mulher da Adufrgs-Sindical (Sindicato dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do Rio Grande do Sul). A visitação acontece de segunda à sexta, das 9h às 18h, na sede da entidade (rua Barão do Amazonas, 1581 - Jardim Botânico), até o dia 30 de março.
Apresentação da exposição Natureza Feminina
Luciana Boose Pinheiro e Sônia Mara Moreira Ogiba
“Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade”. (Simone de Beauvoir)
Compreender a natureza feminina não como algo natural, mas como aquilo que se constitui nas interações de toda ordem pode significar uma das definições do ser feminina. Somos magma, iceberg, vento, céu e mar. Somos fluidas, somos homo e hétero, trans ou aquilo que nossa alma desejar. Somos fumaça e rocha, às vezes continente, às vezes arquipélago, mas sempre sangue, semente e finitude.Somos liberdade e vida.
Ao olhar os quadros de Sílvia Generali, professora aposentada da UFRGS, nos deparamos em sua abstração de pintura gestual com o universo constituinte do feminino. A liberdade da pincelada inventa e interpreta na energia da criação a complexidade que constitui a natureza feminina.
Como a selva, somos imprevisíveis, podemos nos modular de areia movediça à raiz potente, da serenidade da flor à inexatidão das copas das árvores. A sombra que toca o desconhecido e a luz que pulsa amor e a sexualidade constante.
Diz o mito que viemos do barro, apenas uma das histórias sobre o mundo para contar. A verdade é que somos a terra em si e as possibilidades que ela pode proporcionar. Somos redenção, somos desejo, vulcão em erupção, pulsamos a vida em sua essência, em seu vir a ser.
Tal como o iceberg ou a montanha, nos revelamos em profundidade a quem se aventura a conviver com intempéries. Não hesitamos em ser fortaleza ou furacão e inclusive em não sê-los.
Movimento polifônico e impreciso, mas intenso e colorido, eis a natureza feminina!
Nossas fases são como as da lua, revelamo-nos conforme o estímulo, tal qual a esfinge. Feminino é magia.
Há uma tendência e ânsia na definição daquilo que é feminino. A natureza desponta em volume, energia e densidade.
Tal como os astros, giramos ao redor do sol , buscamos luz e empoderamentos na beleza de ser.
Mas se um dia formos escuridão, ainda assim, no mundo abissal, nossa energia se fará luz e desenhará caminhos sinuosos, tal qual nossa corporeidade, a endeusar, nutrir e criar as possibilidades de uma natureza e universo femininos.